segunda-feira, 17 de março de 2008

Questão de Bom Senso...

Veja como é o comportamento...

No Estados Unidos temos o rabino Henry Sobel roubando gravatas, fato que não ocorreu uma única vez, mas duas vezes segundo a imprensa. Lá e aqui ele se prosta diante de seu Mea Culpa, porém, somente, como pudemos presenciar, pela segunda vez. O primeiro ato furtivo do rabino ficou velado, ato negado por ele categoricamente em solo brasileiro.

O casal Estevam e Sonia Hernandez foram para os Estados Unidos com mais dinheiro do que o permitido pela alfândega daquele país. Lá eles cumprem pena (e ainda por cima, possuem um Greencard que lhes dá o direito de Residentes em solo norte americano), porém aqui, depois de sua prisão preventiva decretada, eles conseguiram um Habeas Corpus para desembarcarem no Brasil sem serem detidos na chegada, pois eles, segundo seu advogado em entrevista à imprensa, não estão causando problemas à ordem pública ou não cooperando com as investigações.

O Governador de Nova York, combatente ferrenho da rede de prostituição em solo norte americano, foi flagrado nesses últimos dias com uma prostituta. Antes que o caso fosse investigado mais detidamente, ele renunciou ao cargo.

Agora vejam, tudo é questão de comportamento (ou bom senso). Se as pessoas possuísem consciência de cidadania (me refiro ao Brasil), após atos vergonhosos como os do casal e do rabino supracitados, eles mesmos deveriam ter vergonha de se expor publicamente, assumindo não só a culpa por esses atos, mas pela mácula em seu caráter. A divida não é exclusivamente com eles, mas com aqueles que lhes confiam uma fé pública (engraçado, ambos são religiosos). Essa humilde atitude cívica demonstrou consciência desse governador perante seu eleitorado e aos cidadãos (embora essa atitude tenha fundo de manobra política, certamente).

Enquanto isso eu vou estudando a influência da Fenomenologia na Educação Física escolar...

Эрич

segunda-feira, 10 de março de 2008

Seriedade, Imagem e Respeito

O que nos faz singulares? Acredito que seja uma manifestação criativa, original e que apresente nossa cultura.

O que faz dos brasileiros um povo singular? Carnaval? Samba? Violência? Favela? Malandragem?

Porque será que vendemos essa imagem para o exterior? Será que é essa imagem que queremos ver estampada para os estrangeiros? Não seria um interesse específico para manutenção dessa imagem para exploração do trabalhador e enriquecimento de classes abastadas? Será que contribuímos para a venda dessa imagem quando aceitamos a discriminação das autoridades para com a população? Não seria a imagem de irresponsáveis que transmitimos quando lidamos com um determinado público?

Onde quero chegar com todas essas perguntas? Quero fomentar uma discussão acerca da forma que vendemos nossa imagem e nos comportamos perante as situações do cotidiano.

Lido com estrangeiros diariamente, e percebo que determinadas atitudes, posturas e relações que transmitimos a essa clientela chega a ser ridícula. Vejo pessoas falarem obscenidades ou gargalharem perturbadoramente ante um estrangeiro, que geralmente tem fama de ser frio e calculista. Não é questão de ser frio ou calculista, mas sim ter uma postura ante determinadas situações que os torna diferentes da gente. O ponto é tratar como coisa séria a imagem para que você não seja ridicularizado perante as demais culturas. Num filme chamado "Ikiru" do cineasta japonês Akira Kurosawa existe uma cena que é ambientada numa repartição pública. Os trabalhadores dessa seção estão concentrados em suas atividades quando um dos funcionários lê uma carta e faz uma piada, sendo repreendida em seguida por um de seus colegas. Para eles, assim como para muitas outras culturas, durante o trabalho, não existem motivos para que se façam piadas, pois as atividades desempenhadas durante o horário de expediente são calculadas e sistematizadas. A nossa parada para o "cafézinho" chega a ser ridícula para eles, que classificam isso como "perda de tempo".

Se queremos copiar tudo o que os estrangeiros fazem, copiemos então essa seriedade, quem sabe esse seja um passo em direção ao respeito e nossa imagem fora do Brasil seja de um povo sério engajado na construção de uma sociedade justa. Não creio que isso seja uma cópia pura e simples, mas sim uma postura de respeito para conosco e com o objeto de nossas ações.

Эрич

segunda-feira, 3 de março de 2008

Revolução, Comprometimento e Disciplina.

O que é Revolução, Comprometimento e Disciplina?

É muito comum o uso da palavra "revolução" no cotidiano dos círculos filosóficos educacionais e nas bocas dos ditos "esquerdistas" em nosso país. Mas será que existe a consciência do que é "revolução"?
Acredita-se que revolução seja uma transformação da realidade para algo mais abrangente e benéfico para os objetos (entenda-se objetos como pessoas também) daquela ação. Mas quantos trabalham para manter a revolução? Mais difícil do que o momento de transição é a sua manutenção. Acredito que exista uma noção equivocada do sentimento de revolução, no sentido de que uma revolução reflita facilidade para todos a curto prazo permeie no inconsciente coletivo, onde todos serão beneficiados de maneira homogênea e serão poupados de sofrimentos e privações. Parece que alguns dogmas religiosos cristãos e sua interpretação contribuem para a estagnação do ato do ser humano, prometendo regozijo perene após o sofrimento durante essa vida agindo como um paliativo. De que adianta o trabalho de uma revolução se não houver disciplina e comprometimento na sua perpetuação? O comprometimento e a disciplina são ferramentas eficazes no efetivo resultado positivo do efeito de uma revolução e para sua manutenção.
A maior revolução é aquela que realizamos dentro de nós mesmos, todos os dias, deixando de lado o mau-humor e a rotina enfadonha no propósito de investirmos em nossa disciplina e na realização de um ideal íntimo e comum. Entendamos que é necessário o sacrifício de si em detrimento do regozijo permanente para a promoção de uma realidade mais positiva de um modo mais abrangente.
Saibamos investir nessas ferramentas, o comprometimento e a disciplina, para que a revolução íntima seja prolongada e benéfica para nós e para todos a nosso redor. Que o sacrificio de nós mesmos seja interpretado, não como um martírio, mas como uma contribuição consciente de nós para nós mesmos na construção de uma prespectiva mais justa, desenvolvida entre seres em busca de desenvolvimento.

Эрич.